terça-feira, 30 de abril de 2013

Feliz Dia do Ferroviário!


Homenagem aos ferroviários, feita por Amanda Lopes.
Texto publicado na Revista Ferroviária:
Text published in Revista Ferroviária:
No dia 30 de abril comemora-se o Dia do Ferroviário no Brasil. Mas você sabe por quê? Em 30 de abril de 1854 foi inaugurada a primeira linha ferroviária do Brasil, a Imperial Companhia de Navegação a Vapor e Estrada de Ferro de Petrópolis ou como é conhecida hoje, Estrada de Ferro Mauá. A ferrovia foi construída pelo empreendedor brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, que por conta deste feito ganhou o título de Barão de Mauá.
Desde então, as estradas de ferro e seus trabalhadores se tornaram muito importantes para o desenvolvimento do país. A história do Brasil, em diversos sentidos, caminhou sobre os trilhos dos trens, puxada pelas locomotivas. Por exemplo, a origem brasileira do futebol também veio das ferrovias. As duas primeiras bolas de futebol trazidas para o país foram utilizadas numa partida entre os funcionários da São Paulo Railway e os da Companhia de Gás. Os ferroviários ganharam por 4 a 2.
Na década de 1950, o trem era o principal meio de transporte entre as duas maiores cidades do país: São Paulo e o Rio de Janeiro. A ponte aérea só surgiria em 1959.
A bela história das ferrovias no Brasil teve uma estagnação a partir da vinda da indústria automobilística, mas nos últimos anos vem recuperando seu brilho com grandes projetos como o Trem de Alta Velocidade (TAV) Campinas-São Paulo- Rio de Janeiro, e os investimentos para a construção de mais 10 mil quilômetros de ferrovias pelo país.
É por conta de toda sua bela história que as ferrovias merecem lugar de destaque no passado, presente e futuro do país. A Revista Ferroviária parabeniza a todos que fizeram e que fazem parte dessa história.
A Baroneza, primeira locomotiva brasileira, hoje preservada em condições operacionais no Rio de Janeiro.
On April 30 marks the Day of the Railway in Brazil. But you know why? On April 30, 1854 was inaugurated the first railway line in Brazil, Imperial Steam Navigation Company and the Railroad Petrópolis or as it is known today, Railroad Maua. The railway was built by Brazilian entrepreneur Irenaeus Evangelista de Sousa, who on account of this feat earned the title of Baron of Maua.
Since then, the railroads and their workers have become very important for the development of the country. The history of Brazil, in several senses, he walked on the tracks of trains pulled by locomotives. For example, the origin of Brazilian football also came the railroads. The first two footballs brought into the country were used in a game between the officials of São Paulo Railway and the Gas Company. The railway won by 4-2.
In the 1950s, the train was the main means of transportation between the two largest cities: São Paulo and Rio de Janeiro. The airlift arise only in 1959.
A beautiful story of railways in Brazil had a stagnation of the arrival of the automobile industry, but in recent years has been regaining its luster with large projects like the High Speed ​​Train (HST) Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro, and investments for building over 10,000 km of railways in the country.
It is because of all your beautiful story that railroads deserve a prominent place in the past, present and future of the country. The Railway Magazine congratulates all who have and are part of this story.
A primeira locomotiva 100% Brasileira, construída pelo mestre João Bottene em 1933 na Usina Monte Alegre, e hoje preservada na E.F. Perus-Pirapora.
The first 100% Brazilian locomotive, built by engineer João Bottene in 1933 in Monte Alegre Plant, and now preserved in Perus-Pirapora Railway.
A No. 1, primeira locomotiva da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, que foi nos anos 1950 considerada como a melhor ferrovia do mundo, hoje em Jundiaí.
The No. 1, the first locomotive of Cia. Paulista, which in 1950 was considered as the best railway in the world, today in Jundiaí.
Três ícones das ferrovias do Brasil em uma só foto: uma English Electric EE514 "Pimentinha" tracionando o Trem Azul (Trem R) da Cia. Paulista, na Estação da Luz, em São Paulo.
Three icons of railroads in Brazil in one photo: A Inglês Electric EE514 "Pimentinha" pulling the Blue Train (R Train) of Cia. Paulista in Luz Station, in Sao Paulo.
Estação da Luz, uma das mais famosas do mundo.
Luz Station, one of the world's most famous railway stations.
Trem da ABPF, a maior entidade de preservação ferroviária do mundo.
Train of ABPF, the largest provider of railway preservation of the world.

Parabéns às ferrovias brasileiras, por seus 159 anos!!!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Inventário Geral dos Pátios Ferroviários do Brasil - Horto Florestal

O que aconteceu com a grande frota de carros e vagões que circularam outrora nas grandes ferrovias do Brasil? Onde foram parar os carros de passageiros que compuseram trens que fizeram história sobre os trilhos dessa nação? Porque o Brasil, que antes tinha uma indústria ferroviária tão desenvolvida, agora prioriza uma forma de transporte prejudicial e ineficiente como as estradas? Essas e outras perguntas se mostram ao mesmo tempo fáceis e difíceis de responder.
Até a década de 1950, os trens eram  melhor e mais eficiente meio de transporte existente no país. Os setores rodoviário e aéreo concorriam timidamente por atenção no mercado. Trens de passageiros eram sinônimo de status e requinte em viagens. Em Minas Gerais por exemplo, a economia e o transporte eram controlados por monopólio da Rede Mineira de Viação; se ela acabasse, o Estado iria junto com ela. Ironicamente, um mineiro (justamente da terra do trem) deu o pontapé inicial para o começo do fim das estradas de ferro: Juscelino Kubitschek, apesar de ter criado a RFFSA em 1957, era abertamente a favor das rodovias e que cada brasileiro tivesse seu carro, sem saber que isso se tornaria problema 60 anos depois.
Na década de 1960, apesar da ditadura, os trens de passageiros atingiram seu apogeu. A Companhia Paulista e a própria RFFSA praticamente competiam para desenvolver trens de passageiros luxuosos e requintados. Para isso, as companhias adquiriram carros e vagões que até hoje são sinônimo de transporte de primeiro mundo. Empresas como Budd Co., American Car & Foundry, Co., dentre outras, contribuíram para o vasto material ferroviário das ferrovias brasileiras.
Porém, com o tempo, os trens de passageiros foram declinando. A ferrovia passou a ser vista como transporte de cargas. Logo se viu que o grande excedente de carros que se encontrava sem uso estava desaparecendo ás centenas. A essa altura do campeonato, já na década de 1980, RFFSA e a já criada Ferrovias Paulistas S/A, ou FEPASA, começavam a sentir a falta de investimentos por parte do governo, que por sua vez, fazia apostas bilionárias nas rodovias, vendo-as como "o caminho para o progresso do país". Com o crescimento do transporte rodoviário, os trens de passageiros foram declinando. Um a um, foram saindo de operação. Na década de 1990, apenas alguns poucos, como o Trem de Prata, o Barra Mansa-Lavras e os expressos regulares da FEPASA ainda se encontravam em operação. Os dois primeiros   saíram de cena antes de 2000. Só restaram os trens paulistas. O tiro de misericórdia foi dado em 2001, quando uma solitária locomotiva G-12 partia ás 9h15min da estação de Campinas, com dois carros do trem Estrela d'Oeste e 57 passageiros, para nunca mais rodar.
Hoje, as ferrovias foram privatizadas. Os trens ainda circulam, com gondolas e hoppers no lugar dos carros de passageiros. Estes, por sua vez, se encontram jogados em desvios e pátios, embora seu uso fosse benquisto na atualidade. Nas matérias a seguir você verá onde estão e que foi feito de nossos trens de passageiros, o que já se perdeu, e principalmente o que se faz mister salvar.

Estação Ferroviária do Horto Florestal

                                      Vista parcial do pátio da estação. Foto Cristiano Oliveira
A estação do Horto Florestal foi inaugurada em 1925. Segundo Max Vasconcellos, em 1928, "no amplo pateo da estação está montada notavel officina de reparação de carros pertencente à estrada". Ficava na linha de bitola métrica construída em 1895 para ligar a estação de General Carneiro à estação de Minas (hoje Belo Horizonte). Hoje a estação é atendida por bitola mista, o que permite receber trens da linha do Paraopeba vindos de Belo Horizonte e da métrica desde General Carneiro. A estação, importante pátio de manobras e oficinas da MRS em Belo Horizonte, tem a seu lado uma outra mais moderna que atende aos passageiros do metrô da cidade. "Eu (vivia na estação de Pirapora, onde meu pai era chefe) ficava embevecido ouvindo meu pai falar das "Texas" - que eram chamadas, por todos, de "Techas", potentes máquinas que não trafegavam até Pirapora por falta de estrutura adequada. O trem era a única opção de transporte de Pirapora. Saíamos às 5:40 h e , durante todo o dia, fazíamos a longa viagem até Belo Horizonte, onde chegávamos por volta de 23 h. Numa dessas viagens, o trem atrasou e passamos pela estação do Horto já de madrugada. Ficou-me essa reminiscência felliniana: papai me acordou e me levou para ver uma "Techa", estacionada no pátio. Chovia fino, era frio e a estação estava às escuras, iluminada apenas pelos faróis das máquinas, quando eu a vi. Enorme, preta, luzidia, feericamente iluminada , resfolegando vapores pelos lados . O tender alto e o cheiro do carvão mineral molhado. Eu estava em êxtase. Mal me continha quando entramos na cabine da "Techa". Manômetros em profusão, metais muito polidos, o regulador, a caldeira enorme..." (Luciano Franco Rosa, a Hermes Hinuy, 12/07/2003). A estação foi recentemente reformada pela FCA (03/2005). (Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil)

Modelo da estação (Feito no programa Google SketchUp)

 

Download "Modelo da Estação Ferroviária do Horto Florestal - BH" - clique aqui (4shared)
Download "Modelo Locomotiva VL!" - clique aqui (4shared)
Mapas


Coordenadas:

Estação: -19.905412,-43.912112

Cemitério: -19.899016,-43.90774

StreetView (Google Maps)

Observe os carros que estão no cemitério (Muros do Cemitério)

Material Ferroviário:

Locomotivas EMD SD-18
EMD SD18 é uma locomotiva diesel-elétrica de 6 eixos motorizados (C-C) construída entre Abril 1960 e Março de 1963 pela Electro-Motive Division (EMD), foram produzidas um total de 70 unidades. No Brasil a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) adquiriu um total de 45 unidades em 1961, que reinaram até a chegada das EMD SD38, mais potentes e modernas. Hoje ainda 10 destas locomotivas estão rodando na atual MRS Logística e sua numeração é 50XX. São carinhosamente chamadas de "ciquentinhas". Foram usadas pela RFFSA junto com as ALCO RSD-12 principalmente nos trens de minério. Com a chegada das EMD SD38M foram transferidas para outros serviços, chegando a puxar os trens de passageiros.
Um fato curioso, quando sua chegada na Central, algumas delas chegaram a permanecer até vários dias ligadas, por nem todos os maquinistas terem instruções de como ligar as novas Diesel - Elétricas. 
EMD SD18 is a diesel-electric locomotive 6-axis motorized (C-C) built between April 1960 and March 1963 by Electro-Motive Division (EMD), were produced a total of 70 units. In Brazil, the Federal Railway (RFFSA) acquired a total of 45 units in 1961, who ruled until the arrival of the EMD SD38, more powerful and modern. Today 10 of these locomotives are still running in the current MRS and its number is 50XX. Are affectionately called "ciquentinhas". Were used by RFFSA along with ALCO RSD-12 mainly on ore trains. With the arrival of EMD SD38M were transferred to other services, reaching to pull passenger trains.
A curious fact, when its arrival in Central, some of them came to stay connected to several days, for not all drivers have instructions on how to connect the new Diesel - Electric.
 Foto: Carlos Latuff, 2002

                                                              Foto: Gabriel Eduardo

Carros de Aço Carbono
O que um dia foi a base do sistema de passageiros da estatal RFFSA, os carros de aço carbono não tiveram um bom destino. Hoje, existem alguns deles desviados no Horto Florestal, dentre eles o restaurante RC 8168-1E:
What was once the base of the system of state RFFSA passengers, cars carbon steel have not had a good destination. Today, there are some of them diverted the Horto Florestal, including the restaurant RC 8168-1E:
Fonte: Clube Amantes da Ferrovia

Carros do Expresso Cruzeiro do Sul
O Cruzeiro do Sul foi um trem que ligou São Paulo e Rio de Janeiro entre as décadas de 1920 a 1950. Eram 8 horas de viagem noturna, onde era tracionado pelas locomotivas a vapor da série 350. Eram no total 15 carros, sendo 12 Dormitórios-Cabine (numerados de DM 201 a DM 212) e 3 Bagagem-Correio/Restaurante, também conhecidos como Club Cars (numerados de F 101 a F 103). Após o fim do Cruzeiro do Sul, em 1950, os carros passaram a executar outras funções, até serem retirados dos trens de passageiros nos anos 1970. Alguns foram transformados em trens de socorro. No Horto Florestal podemos encontrar 3 exemplares, sendo um Bagagem-Correio/Restaurante e dois Dormitórios-Cabine:
The Cruzeiro do Sul was a train between São Paulo and Rio de Janeiro between the decades 1920-1950. It was 8 hours of night travel, which was pulled by steam locomotives of the 350 series. Were 15 cars in total, including 12 bedrooms-Cabin (numbered from DM 201 to DM 212) and 3 Bagagem-Correio/Restaurante, also known as Club Cars (numbered from 101 F to 103 F). After the end of the Southern Cross in 1950, the cars began to perform other functions, to be removed from passenger trains in the 1970s. Some trains were turned into relief. In Horto Florestal can find 3 cars, one Bagagem-Correio/Restaurante and two Bedrooms-Cabin:
Fotos: Clube Amantes da Ferrovia.

Em breve, mais postagens da série. Postagem também disponível nos blogs Minas's Trains e Blog Sobre os Trilhos.

Atenção!

Queria aproveitar essa postagem, para pedir aos amigos que assinem esse abaixo-assinado, para a retomada do transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil:
É um abaixo assinado a ser entregue para a Presidente Dilma, para conseguir o maior número possível de assinaturas virtuais. Obrigado!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

2ª Exposição Memória Ferroviária de Rio Claro


A ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) Núcleo Rio Claro, Grêmio Recreativo dos Empregados da Companhia Paulista, UFA (União dos Ferroviários Aposentados) e SindPaulista, com apoio da Prefeitura Municipal de Rio Claro, Secretaria de Turismo de Rio Claro, ALL Logística SA e Stocco Estacionamentos, têm o prazer de convidar a todos para participarem da 2ª Exposição Memória dos Ferroviário de Rio Claro
O evento será realizado na antiga estação ferroviária da cidade, na Rua 1, nº 1100, Centro, das 08:30 às 17 horas, no dia 28 de Abril de 2013, sendo que será aberto pela tradicional Missa dos Ferroviários, apresentação da Banda União dos Artistas Ferroviários, participação do carro Salão Bar da ABPF, café da manhã para os presentes, exposição de peças e ferreomodelos, venda de livros e souvenires, e exibição de filmes ferroviários. 
Ajudem na divulgação de nosso cartaz. Contamos com a presença de todos. Grato! 
The ABPF (Brazilian Association of Railway Preservation) - Rio Claro Division, Grêmio Recreativo dos Empregados da Companhia Paulista, UFA (Union of Railway Pensioners) and SindPaulista, with support of the City of Rio Claro, Secretary of Tourism of Rio Claro, ALL Logistica SA, Stocco car park, are pleased to invite you to attend the 2nd Exhibition Memory of Rail of Rio Claro.
The event will be held in the former railway station at Rua 1, No. 1100, center, from 08:30 to 17 hours, on April 28, 2013, and will open for the traditional Mass Rail, presentation of the Union Band Artists of rail, participation ABPF Lounge Bar car, breakfast for gifts, display pieces and ferreomodelos, selling books and souvenirs, and film screenings rail.
Help in spreading our poster. We rely on the presence of all. Thankful!
Não percam!!!
Do not miss!!!