EFCB nº 2001 ``Guayacurus´´ ou ``Ferro de Engomar´´. |
Um dos maiores mistérios ferroviários do Brasil é onde está a locomotiva EFCB nº 2001 ``Guayacurus´´, apelidada de ``Ferro de Engomar´´. Estaria ela abandonada em um depósito ou foi cortada para oferecer peças de reposição para os TUEs Série 100?
Nos anos 1930, a Central começava a eletrificar seus subúrbios no Rio de Janeiro, com material da Brown Boveri e da Metropolitan Vickers inglesas. O planejamento era acabar a década com todo o material rodante e toda a eletrificação concluída. Mas já ferrovia do governo, sem recursos, deficitária desde sua criação, a EFCB não conseguia cumprir o cronograma das obras, e no fim de 1939 apenas um terço dos trilhos planejados haviam recebido eletrificação. E dos vinte TUEs esperados, apenas quatro chegaram, com todas as peças de reposição para os vinte.
Em 1940, por causa do esforço de guerra inglês, para deter o avanço nazista na II Guerra Mundial, as empresas inglesas abandonaram o contrato, que foi caducado em 1944. Sem meios de conseguir continuar seu plano de eletrificação, a Central continuou usando suas velhas locos a vapor, e seus novos TUEs, que contavam com o estoque de peças.
Foi então que alguém teve a genial idéia de pegar um lote das reposições e montar uma locomotiva elétrica. Com dois motores, pantógrafo, componentes elétricos, e até cabine de TUE, a locomotiva só recebeu truques e carcaça no Brasil, confeccionada nas oficinas da Central. Em 1944, entrava em circulação a loco Ferro de Engomar, apelido recebido pela forma com que tinha sido construída. Apenas uma foi feita.
Por usar componentes de TUE, seu desempenho para trens cargueiros era mediocre, e mesmo os de passageiros não fluíam bem com ela. Acabou virando uma manobreira e locomotiva de socorro, apesar que era usada para rebocar os trens menores de suburbio.
Com o fim da guerra, o programa de eletrificação se intensificou, e no fim da década chegavam as "Escandalosas" 2-C+C-2, que poderiam fazer os trens de carga e passageiros para a ferrovia. Também chegavam mais TUEs, ingleses também, mas de série mais nova. Sendo diferentes dos TUEs antigos, e consequentemente da Ferro de Engomar, esses lentamente começaram a sair de circulação.
Nos anos 1950 e inicio dos 60, ainda se via dois TUEs antigos e a loco rodando pela baixada fluminense, mas logo ela também seria baixada, para ceder peças para os trens unidades. Destes, vários sobreviveram, e o último a operar foi no Barrinha, e hoje, está abandonado hoje na estação Leopoldina.
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