Mapa que fiz mostrando todas as ferrovias que existem e que existiram na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A região do Rio de Janeiro sempre foi repleta de ferrovias. A primeira ferrovia do Brasil (EF Mauá), a mais importante (EF Central do Brasil), uma das mais famosas (EF Leopoldina), a mais confusa (EF Rio de Ouro), as "irmãs gêmeas" (EF Petrópolis e EF Teresópolis), a "ajudante" (EF Melhoramentos), e a turística (EF Corcovado), são algumas das ferrovias na região. Além dessas, muitos ramais militares, linhas interligando as ferrovias, variantes, etc., também existiram. Abaixo, tentarei explicar como esse "emaranhado" de linhas se formou.
The region of Rio de Janeiro has always been full of railroads. The first railway in Brazil (Mauá Railway), the most important (Central do Brasil Railway), one of the most famous (Leopoldina Railway), the more confused (Rio de Ouro Railway), the "twins" (Petrópolis Railway and Teresópolis Railway), the "helper" (Melhoramentos Railway), and tourism (Corcovado Ralway), are some of the railroads in the region. Besides these, many military branches, lines connecting the railroads, variants, etc.., Also existed. Below, I will try to explain how the "tangled" lines formed.
Parte I - As Pioneiras (1854 a 1900)
Linhas envolvidas: Linha Tronco da EF Central do Brasil (EF Dom Pedro II), Linha Tronco da EF Rio de Ouro, Ramal Circular de Madureira, Ramal do Campinho, EF Petrópolis, Ramal Maria Angú, Ramal de Jaceruba, Ramal de Tinguá, Ramal de Xerém, Ramal da Represa, Ramal de Mangaratiba, Ramal de Paracambi, Ramal das Oficinas, Ramal de Marítima e EF Mauá.
Tudo começou em 1854, quando Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, inaugurou a EF Mauá, ligando o cais em Guia de Pacobaíba, no fundo da Baía de Guanabara, até a localidade de Fragoso, a primeira ferrovia do Brasil. Dois anos depois, em 1856, foi extendida até Raiz da Serra, atual Vila Inhomirim. Tinha a proposta de atingir Petrópolis, onde o Imperador mantinha sua residência de verão, objetivo que só foi alcançado por outra empresa, a EF Príncipe do Grão-Pará.
Em 1858, foi inaugurada o primeiro trecho da EF Dom Pedro II, entre a Estação do Campo e Queimados, com o objetivo de atingir Minas Gerais, com um ramal para São Paulo. Em 1860, foi extendida até Japeri onde passou a sair, em 1861, o Ramal de Paracambi. A partir de 1863, foi aberto o trecho de serra, seguindo daí a outras partes do país.
Para terminar a primeira geração de ferrovias, em 1883 foi inaugurada a EF Rio de Ouro, para ajudar na construção do sistema de abastecimento de água da cidade do Rio de Janeiro. Começava na Ponta do Caju, e ia até Belford Roxo, da onde saiam o Ramal de Jaceruba e o Ramal de Xerém. Do primeiro ramal, na Estação Vila de Cava, saia o Ramal de Tinguá, e da Estação Rio de Ouro, o Ramal da Represa. Do Ramal de Xerém, na Estação Mantiquira, saia o Ramal de Galrão, e da Estação de Xerém, saia o Ramal de Registro. Todos estes ramais atendiam a represas. Havia ainda o Ramal Maria Angú, que saia da Estação Vicente de Carvalho e ia até o Porto de Maria Angú, onde ficavam armanezados os canos para a construção das adutoras.
Houve ainda a construção do Ramal da Marítima e o Ramal de Paracambi, o primeiro servindo uma grande estação de cargas, e o segundo servindo a cidade de Paracambi. O Ramal de Santa Cruz foi inaugurado em 1878, e atingia essa distante localidade, servindo o matadouro existente ali, através do Ramal do Matadouro. Todos estes ramais pertenciam a EF Dom Pedro II.
Estas foram as ferrovias pioneiras. Até esse momento (estamos em 1883), nenhuma ferrovia se cruzava, estando isoladas umas das outras:
Baroneza, a primeira locomotiva do Brasil.
It all started in 1854, when Ireneu Evangelista de Sousa, the Baron of Maua inaugurated the Mauá Railway, linking the pier in Guia de Pacobaíba at the bottom of Guanabara Bay, to the locality of Fragoso, the first railway in Brazil. Two years later, in 1856, was extended until Raiz da Serra, the current Village Inhomirim. Had the purpose of achieving Petropolis, where the Emperor had his summer residence, an aim that has only been achieved by another company, Principe do Grão Pará Railway.
In 1858, opened the first stretch of Dom Pedro II Railway, between the Campo Station and Queimados, with the goal of reaching Minas Gerais, with a branch to Sao Paulo. In 1860, was extended until Japeri where he started out in 1861, the Paracambi Branch. From 1863, opened the stretch of hills, hence the following other parts of the country.
To end the first generation of railroad in 1883 opened the Rio de Ouro, to help in the construction of water supply system of the city of Rio de Janeiro. It began in Ponta do Caju, and went to Belford, where the leave the branch and the branch Jaceruba Xerém. The first extension, the town of Cava Station, get off the branch Tinguá, and Gold River Station, the Extension of the Dam. Extension of Xerém in Mantiquira Station, get off the branch Galrão and Xerém Station, exit the Extension Registry. All these extensions met the dams. There was also the Branch Maria mush, leaving the station Vicente de Carvalho and went to the Port Maria mush, where they were stayed the pipes for the construction of water mains.
There was also the construction of the Maritime Station and Extension Paracambi, the first station serving a large load, and the second serving the city of Paracambi. The Santa Cruz branch was opened in 1878, and reached this distant location, serving the existing slaughterhouse there, through the Extension of the Slaughterhouse. All these branches belonged to EF Dom Pedro II.These were the pioneer railroads. Until that time (we are in 1883), no railroad is crossed, being isolated from each other:
EF Mauá em branco; EF Dom Pedro II e Ramais Paracambi, Santa Cruz, Matadouro e Marítima em amarelo; EF Rio de Ouro e Ramais Jaceruba, Tinguá, Represa, Xerém, Registro e Maria Angú em azul escuro.
Mas aí, o "isolamento" das ferrovias deixou de existir: em 1886 foi inaugurada a EF do Norte, entre São Francisco Xavier, na EF Dom Pedro II, cruzando a EF Rio de Ouro na Estação Benfica, e terminando na Estação Piabetá, da EF Mauá. Nesse mesmo ano, a EF Mauá mudou de nome, para EF Príncipe do Grão-Pará, e inagurou a linha de cremalheira na serra até Petrópolis. Havia também o Ramal da Penha, da EF do Norte, que seguia paralelo ao Ramal Maria Angú da EF Rio de Ouro.
Com o fim da Monarquia e a implantação da República no Brasil, em 1889, as ferrovias mudaram seus nomes, a EF Dom Pedro II passou a se chamar EF Central do Brasil, e a EF do Norte e EF Príncipe do Grão-Pará foram absorvidas pela EF Leopoldina.
Em 1892, foi inaugurada a EF Melhoramentos, que também partia da Estação São Francisco Xavier, e seguia paralela a EF Rio de Ouro, se cruzando com esta em três ocasiões, por fim encontrando novamente a EF Central do Brasil em Japeri, e subindo a serra.
Em 1896, foi inaugurado o Ramal Circular de Madureira, para permitir a reversão dos trens de subúrbio, que terminavam na Estação Madureira, sem a necessidade de manobra. Seu início aproveitava parte da saída do Ramal do Campinho, que servia ao exército, e que já existia antes, por volta de 1880.
Para finalizar essa fase, a EF Rio de Ouro, numa tentativa de chegar mais próxima ao Centro da cidade, inaugurou o Ramal Donna Anna Nery, estação que ficava próxima a Estação São Francisco Xavier, da EF Central do Brasil e inicio da EF Melhoramentos e da EF Leopoldina.
Locomotiva da EF Rio de Ouro (uma das 5 Hunslet que inauguraram a linha), note a adutora ao lado.
But then, the "isolation" of the railways ceased to exist: in 1886 opened the EF from the north at St. Francis Xavier, the EF Dom Pedro II, EF crossing the Golden River Station in Benfica, and ending at Station Piabetá of EF Maua. That same year, the EF Maua changed its name to EF Prince of Grand Para, and the line inagurou rack in the mountains to Petrópolis. There was also a branch of the Rock, the EF North, which ran parallel to the branch of EF Angu Maria River Gold.
With the end of the monarchy and the establishment of the Republic in Brazil, in 1889, the railroads changed their names, EF Dom Pedro II was renamed EF Central do Brazil, North and EF and EF Prince of Grand-Pará were absorbed by RU Leopoldina.
In 1892, opened the EF improvements, which also started from Station St. Francis Xavier, and went parallel to EF Gold River, intersecting with this three times, finally finding again the EF Central do Brazil in Japeri, and up the saw. In 1896, opened the Extension Circular Madureira, to allow the reversal of suburban trains, which ended in Madurai station without the need to maneuver. His party took advantage of early exit from the Station Camp, who served the army, and that existed before, around 1880. To conclude this phase, the EF Rio de Ouro, in an attempt to get closer to the city center, inaugurated the branch Donna Anna Nery station that was close to Station St. Francis Xavier, the EF Central do Brazil and the beginning of the EF and Improvements EF Leopoldina.
Situação na época (1900): EF Central do Brasil e Ramais de Marítima, Paracambi, Matadouro, Santa Cruz, Campinho e Circular de Madureira em amarelo; EF Melhoramentos e Ramal da Ilha das Moças em verde; Linha do Norte e Ramais de Guia de Pacobaíba, Penha e Circular da Penha da EF Leopoldina em vermelho; EF Rio de Ouro e Ramais Xerém, Tinguá, Represa, Galrão, Registro, Jaceruba, Maria Angú e Donna Anna Nery em azul escuro.
Detalhe dos cruzamentos que a EF Rio de Ouro enfrentava: EF Leopoldina em Benfica, e EF Melhoramentos em Maria da Graça, Del Castilho e Tomáz Coelho.
Quando foi construída, a EF Rio de Ouro não cruzava com nenhuma ferrovia, mas com a construção da EF Melhoramentos e EF do Norte (Leopoldina), passou a ter 4 cruzamentos, o que dificultava muito o tráfego, problema que só se resolveu depois, com a construção de uma variante. Além disso, foi emcampada pela EF Central do Brasil, juntamente com a Melhoramentos, e foram construídas mais linhas interligando as ferrovias. Mas isso será assunto da próxima postagem, dia 14 de junho. Até lá!
When it was built, EF River Gold is not crossed with any railroad, but with the construction of EF and EF Improvements North (Leopoldina), now has four crosses, which hampered much traffic, a problem that can only be decided later with the construction of a variant. In addition, the EF was emcampada Central Brazil, together with the improvements, and more lines were built connecting the railroads. But that is the subject of the next post, June 14. So there!
Amigo Thales, excelente artigo! parabéns...sempre passo pelo seu blog, alias amigo siga o meu também! sem mais obrigado. http://blogdorodrigoflores.blogspot.com/
ResponderExcluirThales, simplesmente espetacular postagem, aliás, o seu blog é incrível !
ResponderExcluirO conheci a partir das postagens sobre Francisco Sá, e não sei como pude passar todo este tempo sem saber da existência deste espaço dedicado às ferrovias.
Parabéns, continue assim !
Eduardo P.Moreira
"Dado DJ"
www.trilhosdorio.com.br
Obrigado! Eu consegui todas essas informações a partir do Trilhos do Rio, o qual acompanho, principalmente sobre a EF Rio de Ouro, pois tenho um carinho especial com ela por parte da minha família ser de Irajá. Então, parte dessa postagem é sua também! Abraço!
ExcluirMuito boa postagem, mas nos mapas passou batida a ligação são bent ambaí da EFCB, e a linha da EFM em niterói além de neves.
ResponderExcluirThales, também tenho especial carinho por essa ferrovia pelo fato do meu finado pai ter sido morador de Cordovil e logo após Irajá, tendo me contado muito sobre ela e sendo que só agora tenho conhecimento dela. Na minha opinião ela era a ferrovia mais flexível daquele momento e com capacidade de se extender a quase todos outros ramais antes mesmo da construção dos mesmos. Infelizmente ela tinha uma significado que era o de servir a adutora e findou os dias no esquecimento, pois é só perguntar à alguém por ela e a resposta será negativa.
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